Via We Heart It |
Resolvi
ressuscitar a “rubrica” que tinha no meu antigo blog. Chamei-lhe
Coisas boas do mês, e foi graças a ela
que comecei a procurar algo de bom em dias que se revelavam
aparentemente maus, monótonos ou desinteressantes. Escrever este
tipo de publicações permitiu-me ver as coisas com outros olhos e a
ver como boas as coisas mais simples do mundo, como luzinhas na
escuridão. Via que a vida não era tão má nem tão aborrecida, que
coisas simples conseguiam pôr-me um sorriso na cara. E sinto que
preciso disto novamente.
Um
mês de mudanças
Deixar o meu emprego foi, sem
dúvida, a maior mudança que fiz este ano e foi uma decisão que me
pesou e abalou muito. Pensei demasiado, encontrava sempre mais
contras do que prós em relação a manter-me lá, mas, mesmo assim,
quase que voltei atrás. Até que veio o Não. Já chega. E
tornou-se definitivo. Mas não deixou de me abalar nos primeiros
dias, em que fiquei sem saber se tinha, de facto, tomado a decisão
certa e em que me senti mesmo mal e em baixo pôr, subitamente, me
ter tornado “inútil”.
Agora, contudo, já estou mais em
paz com esta decisão. Olhando para trás, acho que fiz bem. Continua
a ser uma treta que algumas pessoas me questionem o porquê de o ter
feito, uma vez que não compreendem – acho que as suas mentes
demasiado fechadas não permitem tal entendimento. No entanto, pelo
contrário, houve pessoas que me apoiaram, mesmo que de longe. A
minha família, amigas que mal vejo por viverem no continente e até
pessoas que não conheço pessoalmente – como é o caso de
bloggers. E este apoio tranquilizou-me e fez-me ver que sim, que
realmente posso ter tomado a decisão certa e que mereço mais e
melhor. O que eu achei mais incrível foi ter recebido apoio de
pessoas que ora não me conhecem pessoalmente, ora estão longe e não
me vêem com frequência nem falam comigo todos os dias – longe
disso, na verdade. É incrível ver como estas pessoas me percebem –
e, no fundo, me conhecem – melhor do que aquelas que eu via e com
quem interagia todos os dias.
Para além desta, outra mudança
foi em termos pessoais, nomeadamente a nível físico. Decidi cortar
o cabelo. Cortar mesmo. Tinha o cabelo pelo fundo das costas e
cortei-o pelos ombros porque estava a chatear-me. Isto porque fiquei
demasiado habituada a usá-lo apanhado. Tinha que o usar apanhado no
trabalho, e, quando o soltava, ficava farta de o ter sempre “no
caminho” e a chatear-me em tudo e mais alguma coisa. Era o vento
que mo despenteava e mo punha sempre à frente da cara; ficava preso
nos casacos, nos lenços, nas malas, até na porta do carro, por
vezes; chateava-me quando comia, quando lavava a cara ou os dentes,
quando estava ao computador, enfim. Dei por mim a começar a
apanhá-lo quase sempre, até porque, entretanto, começou o calor.
E, então, cortei o mal pela raiz – não literalmente, como é
óbvio. Foi um choque, nos primeiros dias, mas, agora, já estou mais
habituada e a gostar mais de me ver.
No entanto, fiz mais uma coisa.
Doei o meu cabelo. Já que quis fazer um corte radical e já que uma
grande parte do cabelo ia ser deitado fora, achei por bem usá-lo
para um bom fim. Doei-o à Little Princess Trust,
uma instituição britânica que recolhe doações de cabelo a fim de
serem feitas perucas para crianças e jovens com cancro. Escolhi-a
porque, por aquilo que percebi através da minha pesquisa, o IPO não
está a aceitar doações de cabelo. E deixo o mesmo apelo que deixei
no Instagram: a quem planear fazer um corte radical e tenha um cabelo
longo o suficiente para doar – aceitam cabelos a partir de 17cm –,
façam-no. É melhor do que deitar cabelo ao lixo.
Investir em mim
Ter mais tempo livre permitiu-me
pensar mais em mim, e isto fez com que pensasse em investir em mim
mesma, em aprender coisas novas e a melhorar-me. Não só decidi
apostar mais na minha formação e inscrever-me em seminários da
minha área profissional, como também me inscrevi num curso online
relacionado com desenho. No que respeita a este último, direi apenas
que estou muito entusiasmada e que vou fazer os possíveis por me
esforçar para aprender, para praticar, aperfeiçoar e ser cada vez
melhor.
Noite
de estrelas
Perto do final do mês, houve o
eclipse lunar. Na minha cidade, à beira-mar, foram montados
telescópios para a observação da lua e dos planetas, e isto,
aliado ao facto de estar uma noite agradável, impeliu-me a sair de
casa depois do jantar. Não só assisti ao eclipse, como também vi,
a olho nu, Marte, Júpiter e Saturno. Observei, ainda, Saturno ao
telescópio e fiquei maravilhada com aquele pontinho fofinho rodeado
pelos seus anéis e cheio de estrelas à sua volta. Foi mesmo uma
visão bonita. Sempre me fascinaram os planetas, os fenómenos
celestes e contemplar o céu nocturno.
Outra coisa que estava a ser
organizada nessa noite, para além da parte dos telescópios, era um
banho no mar no local, à luz da lua cheia. Não participei apenas
por não estar com grande disposição para tal, até porque, na
verdade, dar um mergulho no mar à noite era algo que gostava de
fazer, um dia. Olhando agora para trás, admito que gostava de o ter
feito. Mas enfim, ficará reservado para algo mais privado e
romântico – pelo menos assim o espero. Em vez disso, fiquei a
caminhar um pouco.
Nerdices
Filmes
Fui ver The Incredibles
2 ao cinema. Catorze anos depois, vi, mais uma vez, a família
de super-heróis no grande ecrã, e voltei a fazê-lo precisamente
com a mesma pessoa: a minha irmã. O filme foi fantástico – a
Pixar não pára de me surpreender e parece que nunca desilude – e
ri-me muito, como não podia deixar de ser. Soube bem ver, num filme,
uma troca de papéis na vida familiar, especialmente num filme de
animação. Apenas a questão do vilão do filme não me surpreendeu
nem um pouco, por já estar desconfiada. Mas foi muito bom de se ver.
Há sequelas de filmes que parecem servir apenas para encher
chouriços, mas, para mim, este não foi o caso. Ou talvez eu seja
suspeita por The Incredibles ser um dos meus filmes
favoritos da Pixar e por eu adorar filmes de animação.
Séries
Depois
de mais de um ano sem lhe pôr a vista em cima – não me perguntem
porquê, acho que apenas perdi a vontade –, finalmente retomei
Grey's
Anatomy.
Vou ainda a meio da décima-terceira temporada – entretanto já
saiu a décima-quarta – e, logo após os primeiros minutos do
primeiro episódio, apercebi-me das saudades que tinha de a ver. De
momento, é a única série que estou a seguir.
Livros
Estou
a terminar o último volume da saga Mistborn,
que tem ido comigo para todo o lado: esplanadas, praia, jardins,
enfim. Estou a adorar e a devorá-lo, e só queria conhecer pelo
menos uma pessoa que também estivesse a ler a saga ou já a tivesse
terminado. Só mesmo para poder ter alguém com quem falar sobre o
assunto. Alguém com quem comentar todos os meus Oh
my god!'s que surgem
pouco a pouco, à medida que vou lendo – e agora, com a aproximação
do final da saga, têm sido ainda mais frequentes. E, claro, alguém
com quem discutir o quão espectacular toda a saga é. Está
estupidamente bem feita e bem construída. Estou mesmo ansiosa por
descobrir o que ainda falta, mas, ao mesmo tempo, não quero que o
livro acabe – acho que este é o mal de todos nós, os que ficam
completamente embrenhados num livro ou saga. Especialmente numa saga,
pois aí “passamos mais tempo” com as personagens e parece que é
mais difícil “deixá-las ir”. Até parece que se fica com o
coração apertadinho.
Música
Este
mês ouvi o novo álbum dos Bullet For My Valentine. Costumava ouvir
esta banda quando era adolescente, até que, mais tarde, toda aquela
onda mais screamo
deixou de fazer sentido para mim. Continuei a ouvir apenas as minhas
músicas favoritas deles, de vez em quando, mas já não os
acompanhava tão de perto, a ponto de saber dos seus novos
lançamentos. Foi o YouTube, mais uma vez, que me informou das
músicas novas, uma vez que me sugeriu uma num dia, depois outra
noutro. E o meu primeiro pensamento foi:
Bullet? Mas isso ainda existe?.
Mas
é claro que cedi ao YouTube e ouvi uma das músicas. Breathe
Underwater.
É linda, ouvi-a logo várias vezes e voltei a ouvi-la nos dias
seguintes, e é a minha favorita do novo álbum, que acabei por ouvir
posteriormente. É um álbum diferente, o que originou duas frentes
de discórdia: o pessoal que o detestou por achar que aquilo não era
BFMV, e o pessoal que o adorou precisamente por ser algo novo. Eu
faço parte do segundo grupo. Senti-me um pouco adolescente por estar
a ouvir esta banda de novo, mas soube-me bem e gostei muito deste
Gravity.
Dias
de Verão
E,
claro, Julho não seria Julho sem dias de Verão. Ao longo deste mês,
houve um passeio num jardim botânico da minha cidade, ao qual nunca
tinha ido; houve cafés, almoços e jantares em esplanadas e à
beira-mar; houve idas à praia e mergulhos no oceano; houve dias
passados no campo, que deram para relaxar, para espairecer e mudar de
ares. Em alguns momentos, senti-me como se fosse estudante outra vez
e estivesse a desfrutar das tão esperadas férias de Verão.
Ainda
tive a possibilidade de experimentar os ice
cream rolls de uma nova
marca de gelados local. A variedade de sabores era grande e até me
deixou indecisa no momento de escolher. Achei-os um bocadinho caros,
mas o aspecto é apetitoso e digno de fotografia, e o sabor não lhe
fica atrás. Estão aprovadíssimos.
Olá
ResponderEliminarEu também tomei decisões dessas de deixar o emprego e tantas pessoas a não entenderem porquê mas era a atitude mais corente comigo e isso é que pesou comigo. Se aquilo não me fazia feliz o que interessava a opinião dos outros.
Mas estou a ver que foi um mês em cheio. Boa teres doado o teu cabelo.
Beijinhos
marisasclosetblog.com
Olá tudo bem?
ResponderEliminarJá faz alguns meses que eu também decidi deixar o emprego. É realmente é uma decisão difícil. E também era algo que não me fazia feliz, pelo contrário, me sentia coma se fosse uma tortura... Achei muita coincidência pois, também resolvi cortar os cabelos, como se fosse um simbolo de deixar as coisas para trás e ter um novo começo. Também decidir investir em mim, mais agora valorizando o que realmente gosto e o que me faz feliz. Eu sempre gostei de desenhar, e dessa coisa mais artística, mas nunca dei valor a isso. Ás vezes penso que tomei o caminho errado...
Abraços!!!
"como se fosse um simbolo de deixar as coisas para trás e ter um novo começo" - foi mesmo isso :)
EliminarTambém penso muitas vezes que tomei o caminho errado. É uma sensação horrível :/
Foi um mês em grande! Que coragem de cortar o cabelão mas fica-te bem :D
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