05/08/18

Coisas boas do mês - Julho de 2018


Via We Heart It

Resolvi ressuscitar a “rubrica” que tinha no meu antigo blog. Chamei-lhe Coisas boas do mês, e foi graças a ela que comecei a procurar algo de bom em dias que se revelavam aparentemente maus, monótonos ou desinteressantes. Escrever este tipo de publicações permitiu-me ver as coisas com outros olhos e a ver como boas as coisas mais simples do mundo, como luzinhas na escuridão. Via que a vida não era tão má nem tão aborrecida, que coisas simples conseguiam pôr-me um sorriso na cara. E sinto que preciso disto novamente.



Um mês de mudanças

Deixar o meu emprego foi, sem dúvida, a maior mudança que fiz este ano e foi uma decisão que me pesou e abalou muito. Pensei demasiado, encontrava sempre mais contras do que prós em relação a manter-me lá, mas, mesmo assim, quase que voltei atrás. Até que veio o Não. Já chega. E tornou-se definitivo. Mas não deixou de me abalar nos primeiros dias, em que fiquei sem saber se tinha, de facto, tomado a decisão certa e em que me senti mesmo mal e em baixo pôr, subitamente, me ter tornado “inútil”.

Agora, contudo, já estou mais em paz com esta decisão. Olhando para trás, acho que fiz bem. Continua a ser uma treta que algumas pessoas me questionem o porquê de o ter feito, uma vez que não compreendem – acho que as suas mentes demasiado fechadas não permitem tal entendimento. No entanto, pelo contrário, houve pessoas que me apoiaram, mesmo que de longe. A minha família, amigas que mal vejo por viverem no continente e até pessoas que não conheço pessoalmente – como é o caso de bloggers. E este apoio tranquilizou-me e fez-me ver que sim, que realmente posso ter tomado a decisão certa e que mereço mais e melhor. O que eu achei mais incrível foi ter recebido apoio de pessoas que ora não me conhecem pessoalmente, ora estão longe e não me vêem com frequência nem falam comigo todos os dias – longe disso, na verdade. É incrível ver como estas pessoas me percebem – e, no fundo, me conhecem – melhor do que aquelas que eu via e com quem interagia todos os dias.


Para além desta, outra mudança foi em termos pessoais, nomeadamente a nível físico. Decidi cortar o cabelo. Cortar mesmo. Tinha o cabelo pelo fundo das costas e cortei-o pelos ombros porque estava a chatear-me. Isto porque fiquei demasiado habituada a usá-lo apanhado. Tinha que o usar apanhado no trabalho, e, quando o soltava, ficava farta de o ter sempre “no caminho” e a chatear-me em tudo e mais alguma coisa. Era o vento que mo despenteava e mo punha sempre à frente da cara; ficava preso nos casacos, nos lenços, nas malas, até na porta do carro, por vezes; chateava-me quando comia, quando lavava a cara ou os dentes, quando estava ao computador, enfim. Dei por mim a começar a apanhá-lo quase sempre, até porque, entretanto, começou o calor. E, então, cortei o mal pela raiz – não literalmente, como é óbvio. Foi um choque, nos primeiros dias, mas, agora, já estou mais habituada e a gostar mais de me ver.


No entanto, fiz mais uma coisa. Doei o meu cabelo. Já que quis fazer um corte radical e já que uma grande parte do cabelo ia ser deitado fora, achei por bem usá-lo para um bom fim. Doei-o à Little Princess Trust, uma instituição britânica que recolhe doações de cabelo a fim de serem feitas perucas para crianças e jovens com cancro. Escolhi-a porque, por aquilo que percebi através da minha pesquisa, o IPO não está a aceitar doações de cabelo. E deixo o mesmo apelo que deixei no Instagram: a quem planear fazer um corte radical e tenha um cabelo longo o suficiente para doar – aceitam cabelos a partir de 17cm –, façam-no. É melhor do que deitar cabelo ao lixo.


Investir em mim

Ter mais tempo livre permitiu-me pensar mais em mim, e isto fez com que pensasse em investir em mim mesma, em aprender coisas novas e a melhorar-me. Não só decidi apostar mais na minha formação e inscrever-me em seminários da minha área profissional, como também me inscrevi num curso online relacionado com desenho. No que respeita a este último, direi apenas que estou muito entusiasmada e que vou fazer os possíveis por me esforçar para aprender, para praticar, aperfeiçoar e ser cada vez melhor.


Noite de estrelas


Perto do final do mês, houve o eclipse lunar. Na minha cidade, à beira-mar, foram montados telescópios para a observação da lua e dos planetas, e isto, aliado ao facto de estar uma noite agradável, impeliu-me a sair de casa depois do jantar. Não só assisti ao eclipse, como também vi, a olho nu, Marte, Júpiter e Saturno. Observei, ainda, Saturno ao telescópio e fiquei maravilhada com aquele pontinho fofinho rodeado pelos seus anéis e cheio de estrelas à sua volta. Foi mesmo uma visão bonita. Sempre me fascinaram os planetas, os fenómenos celestes e contemplar o céu nocturno.

Outra coisa que estava a ser organizada nessa noite, para além da parte dos telescópios, era um banho no mar no local, à luz da lua cheia. Não participei apenas por não estar com grande disposição para tal, até porque, na verdade, dar um mergulho no mar à noite era algo que gostava de fazer, um dia. Olhando agora para trás, admito que gostava de o ter feito. Mas enfim, ficará reservado para algo mais privado e romântico – pelo menos assim o espero. Em vez disso, fiquei a caminhar um pouco.


Nerdices

Filmes
Fui ver The Incredibles 2 ao cinema. Catorze anos depois, vi, mais uma vez, a família de super-heróis no grande ecrã, e voltei a fazê-lo precisamente com a mesma pessoa: a minha irmã. O filme foi fantástico – a Pixar não pára de me surpreender e parece que nunca desilude – e ri-me muito, como não podia deixar de ser. Soube bem ver, num filme, uma troca de papéis na vida familiar, especialmente num filme de animação. Apenas a questão do vilão do filme não me surpreendeu nem um pouco, por já estar desconfiada. Mas foi muito bom de se ver. Há sequelas de filmes que parecem servir apenas para encher chouriços, mas, para mim, este não foi o caso. Ou talvez eu seja suspeita por The Incredibles ser um dos meus filmes favoritos da Pixar e por eu adorar filmes de animação.

Séries
Depois de mais de um ano sem lhe pôr a vista em cima – não me perguntem porquê, acho que apenas perdi a vontade –, finalmente retomei Grey's Anatomy. Vou ainda a meio da décima-terceira temporada – entretanto já saiu a décima-quarta – e, logo após os primeiros minutos do primeiro episódio, apercebi-me das saudades que tinha de a ver. De momento, é a única série que estou a seguir.

Livros
Estou a terminar o último volume da saga Mistborn, que tem ido comigo para todo o lado: esplanadas, praia, jardins, enfim. Estou a adorar e a devorá-lo, e só queria conhecer pelo menos uma pessoa que também estivesse a ler a saga ou já a tivesse terminado. Só mesmo para poder ter alguém com quem falar sobre o assunto. Alguém com quem comentar todos os meus Oh my god!'s que surgem pouco a pouco, à medida que vou lendo – e agora, com a aproximação do final da saga, têm sido ainda mais frequentes. E, claro, alguém com quem discutir o quão espectacular toda a saga é. Está estupidamente bem feita e bem construída. Estou mesmo ansiosa por descobrir o que ainda falta, mas, ao mesmo tempo, não quero que o livro acabe – acho que este é o mal de todos nós, os que ficam completamente embrenhados num livro ou saga. Especialmente numa saga, pois aí “passamos mais tempo” com as personagens e parece que é mais difícil “deixá-las ir”. Até parece que se fica com o coração apertadinho.

Música
Este mês ouvi o novo álbum dos Bullet For My Valentine. Costumava ouvir esta banda quando era adolescente, até que, mais tarde, toda aquela onda mais screamo deixou de fazer sentido para mim. Continuei a ouvir apenas as minhas músicas favoritas deles, de vez em quando, mas já não os acompanhava tão de perto, a ponto de saber dos seus novos lançamentos. Foi o YouTube, mais uma vez, que me informou das músicas novas, uma vez que me sugeriu uma num dia, depois outra noutro. E o meu primeiro pensamento foi: Bullet? Mas isso ainda existe?.

Mas é claro que cedi ao YouTube e ouvi uma das músicas. Breathe Underwater. É linda, ouvi-a logo várias vezes e voltei a ouvi-la nos dias seguintes, e é a minha favorita do novo álbum, que acabei por ouvir posteriormente. É um álbum diferente, o que originou duas frentes de discórdia: o pessoal que o detestou por achar que aquilo não era BFMV, e o pessoal que o adorou precisamente por ser algo novo. Eu faço parte do segundo grupo. Senti-me um pouco adolescente por estar a ouvir esta banda de novo, mas soube-me bem e gostei muito deste Gravity.


Dias de Verão



E, claro, Julho não seria Julho sem dias de Verão. Ao longo deste mês, houve um passeio num jardim botânico da minha cidade, ao qual nunca tinha ido; houve cafés, almoços e jantares em esplanadas e à beira-mar; houve idas à praia e mergulhos no oceano; houve dias passados no campo, que deram para relaxar, para espairecer e mudar de ares. Em alguns momentos, senti-me como se fosse estudante outra vez e estivesse a desfrutar das tão esperadas férias de Verão.


Ainda tive a possibilidade de experimentar os ice cream rolls de uma nova marca de gelados local. A variedade de sabores era grande e até me deixou indecisa no momento de escolher. Achei-os um bocadinho caros, mas o aspecto é apetitoso e digno de fotografia, e o sabor não lhe fica atrás. Estão aprovadíssimos.

4 comentários:

  1. Olá
    Eu também tomei decisões dessas de deixar o emprego e tantas pessoas a não entenderem porquê mas era a atitude mais corente comigo e isso é que pesou comigo. Se aquilo não me fazia feliz o que interessava a opinião dos outros.
    Mas estou a ver que foi um mês em cheio. Boa teres doado o teu cabelo.
    Beijinhos

    marisasclosetblog.com

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  2. Olá tudo bem?

    Já faz alguns meses que eu também decidi deixar o emprego. É realmente é uma decisão difícil. E também era algo que não me fazia feliz, pelo contrário, me sentia coma se fosse uma tortura... Achei muita coincidência pois, também resolvi cortar os cabelos, como se fosse um simbolo de deixar as coisas para trás e ter um novo começo. Também decidir investir em mim, mais agora valorizando o que realmente gosto e o que me faz feliz. Eu sempre gostei de desenhar, e dessa coisa mais artística, mas nunca dei valor a isso. Ás vezes penso que tomei o caminho errado...

    Abraços!!!

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    1. "como se fosse um simbolo de deixar as coisas para trás e ter um novo começo" - foi mesmo isso :)
      Também penso muitas vezes que tomei o caminho errado. É uma sensação horrível :/

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  3. Foi um mês em grande! Que coragem de cortar o cabelão mas fica-te bem :D

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