26/02/20

Pensamentos num dia de sol


Um dia estranho, o de ontem.

Na verdade, os dias têm sido estranhos desde o fim-de-semana, devido ao estado do tempo. O sol tem estado a brilhar durante o dia todo e o frio do inverno parece ter desaparecido. Os dias convidam a passeios ao ar livre ou a desfrutar da esplanada, pedem roupas mais frescas e quase me convenceram a vestir uma t-shirt ou a dar um mergulho no mar. É algo tão estranho e atípico, não apenas por ser Fevereiro, mas também porque, aqui onde vivo, vários dias de sol seguidos é uma raridade.

O sol e o céu azul conseguem alegrar-me de certa forma e convidam-me a ir para o exterior, para usufruir da luz do sol e do seu calorzinho reconfortante. É uma espécie de energia positiva e de renovação e de um presente após vários dias chuvosos, cinzentos ou sem graça; algo que parece alegrar a alma. Por muito que goste de chuva e de um céu escuro no inverno, especialmente quando não tenho planos e o meu único plano é ficar em casa, o sol parece despertar algo dentro de mim, como se eu tivesse, realmente, necessidade dele. Por isso, quando surgem dias como estes, sinto como que a “necessidade” de desfrutar deles. De apanhar algum ar fresco, nem que seja apenas na minha varanda, e aproveitar o próprio sol.

O dia de ontem foi particularmente estranho porque dei por mim a pensar no verão. Eu, que passei a encarar o calor como algo insuportável, que acabo por ficar irritada quando os dias seguidos de sol começam a ser em demasia, que deixei de considerar o verão como a minha estação do ano preferida – como já por aqui falei – …comecei a pensar no verão.

14/02/20

Valentine


Nunca achei grande piada, ou dei grande importância, ao dia dos namorados. Achava que era mais um pretexto para se gastar dinheiro. Desnecessariamente, uma vez que não é preciso um dia especial no calendário para se ir jantar fora ou fazer outro programa qualquer, ou mesmo para se oferecer um presente. Oh, os presentes…! Não gostava nada de ver todas as montras enfeitadas com corações e presentes tão pirosos. Pior ainda era ter que escolher um presente. Ter que. E que não fosse piroso.

Honestamente, ainda não sei bem qual é a minha posição em relação ao São Valentim. Se, por um lado, continuo a achar que é “um pretexto para…” e que o dia dos namorados pode ser todos os dias e sempre que se quiser, por outro eu já o acho algo engraçado. Já não me fazem comichão as montras com os corações, os peluches e os postais pirosos, os gestos românticos ou as fotografias dos casais apaixonados e felizes.

O R. fez-me ver as coisas de maneira diferente. Tornou-me diferente. Traz ao de cima o melhor de mim, incluindo o meu lado mais romântico. Um lado que eu nem sabia que tinha, que me faz dizer e fazer coisas que eu, antes, nunca imaginara vir a dizer e fazer.

01/02/20

Janeiro


Janeiro foi um mês cinzento, molhado, ventoso e tão comprido. Foi um mês em que os passeios foram escassos por estes motivos, dando lugar a muitos dias calmos passados em casa, que serviram para descansar e para despertar o meu lado criativo.

Em Janeiro comecei uma espécie de diário de gratidão, onde todos os dias escrevo algo de bom que aconteceu, algo pelo qual estou grata ou um ou outro pensamento. Passei o primeiro dia do ano rodeada de amor, e não houve melhor forma de começar. Logo depois, o sol deu o ar da sua graça e presenteou-me com dias bonitos e quentinhos no início do mês, com direito a almoços ao ar livre e à beira-mar e com a oportunidade de ver o primeiro pôr-do-sol do ano. A seguir, vieram inesperados dias de trabalho, que me obrigaram a colocar certos planos em stand-by mas que, ao mesmo tempo, me fizeram bem, mantendo-me ocupada, dando-me a sensação de estar a contribuir com algo e criando uma rotina.

Em Janeiro fervilhei de ideias para desenhos e dei por mim com planos para trabalhos manuais, embora a maioria ainda se mantenha apenas na minha mente. Quis voltar a escrever, e, apesar de não cumprir o objectivo das duzentas palavras por dia, aquilo que consigo escrever aos fins-de-semana ou no final de um dia acaba por compensar.

Em Janeiro li mais um livro de auto-ajuda e relacionado com espiritualidade que foi encantadoramente agradável e repleto de bons princípios. Depois, organizei uma pilha de leitura para os próximos meses e regressei às histórias, estando agora a terminar O Grafo, a Bruxa e o Dragão, oferecido pelo R., que está a dar-me vontade de reler Eragon e de ler a restante saga, que nunca cheguei a terminar. Comecei a ter vontade de rever os filmes do Harry Potter, e, apesar de inicialmente querer ver apenas os últimos quatro, estou agora tentada a rever todos. Descobri projectos musicais que me cativaram – os projectos a solo da Hayley Williams dos Paramore e do Marco dos Nightwish, e as bandas Blackbriar e Allen/Olzon, cujo álbum estou cheia de curiosidade para ouvir –, e fiquei igualmente encantada com novas músicas de artistas que já conheço. E, claro, foi mês de regressar à prática de actividade física depois da pausa das festas.

Janeiro foi um mês em que períodos agitados se intercalaram com dias calmos; um mês diferente, em que também me foquei e investi em mim própria, não apenas na questão criativa. Foi um mês de reflexões e decisões, de novas ideias e de traçar planos. Não sei se foi por ter sido o primeiro mês do novo ano ou se foi por outra razão qualquer, mas foi um mês que me trouxe uma certa esperança.