Pela primeira vez na vida, comecei
o ano com um mergulho no mar, com a
intenção de me trazer boas energias e de me lavar a alma das más.
Passei no exame de acesso à Ordem dos Nutricionistas, depois de
tanta frustração. Adquiri uns óculos novos; estou cada vez mais
cegueta, mas ao menos agora tenho uns óculos de que gosto e com que
gosto de me ver ao espelho. Fiz coisas de que me arrependi, mas não
vou falar sobre elas. Troquei de carro, não por querer, mas porque a
necessidade assim o obrigou (“morte” do motor...RIP, boguinhas).
Fiz férias no Alentejo e tive dias tão, mas tão preenchidos em que conheci
muitos sítios novos. Deixei o meu trabalho. Foi um ano em que não
fui a um único concerto. Doei a maior parte do meu longo cabelo.
Tive um Verão infernal, que eu espero que tenha sido o pior da minha
vida. Comecei a aprender lettering e, agora, não vou largar
isto. A minha tia de espírito livre, jovem e feliz partiu, coisa em
que ainda me custa acreditar. Ganhei vontade de regressar à
blogosfera e criei este novo blog. Fiz uma formação na minha área
que me fez pôr várias coisas em perspectiva. Deve ter sido o ano em
que fui mais vezes ao cinema – quatro vezes, se não me estiver a
esquecer de nenhuma. Removi o aparelho dos dentes superiores e parece
que me sinto mais livre e mais leve – pelo menos gosto mais do meu
sorriso agora. Mudei o visual por duas vezes – ir duas vezes à
cabeleireira no mesmo ano é um recorde para mim, que passei anos sem
lá pôr os pés – e fartei-me de receber elogios sobre como tinha
mudado para melhor. Comecei, devagarinho e com alguma dificuldade, a
voltar a gostar de mim própria.
Estas
dezoito frases representam dezoito coisas que marcaram o meu ano.
Coisas boas, coisas más, coisas mais importantes do que outras.
Pensei que me ia ser difícil encontrar dezoito acontecimentos, mas,
para além de, no fim, ter sido mais fácil do que pensava, podia,
até, ter acrescentado mais coisas.
Foi
um ano tão estranho. Agora que anotei estas dezoito coisas, que as
relembro e que olho para trás, reparo em como foi preenchido. Em
como teve tanto de mau e de sufocante, mas em como, ao mesmo tempo,
trouxe coisas boas, mesmo que pequeninas. Parece que começa a haver
algum equilíbrio. Como se eu, depois de ter saído de 2017 como se
tivesse o peso do mundo às costas, completamente perdida, triste e
desmotivada, tivesse tentado, a custo, equilibrar a balança, para
que ela depois começasse a pender para o outro lado. Só o mero
facto de tentar equilibrá-la foi penoso, pois era como se, ao
adicionar algo de positivo, viesse algo de negativo bem mais pesado,
que chegava com todas as forças. E parece que isto se manteve desta
forma durante o ano inteiro. Só agora, no final, é que as coisas
parecem estar minimamente equilibradas. Embora, no fundo, eu
pressinta uma ligeira tendência, por parte da balança, para o lado
do positivismo.
Tenho
planos para o próximo ano, sim. Planos, objectivos, ideias que quero
pôr em prática. Não vou revelá-los e falarei sobre eles apenas
quando os cumprir ou estiver a caminho de os cumprir, sob pena de
nenhum deles se concretizar. Julgamentos à parte, acho que dá azar
revelar estas coisas a qualquer um e como se nada fossem. Porque, às vezes, parece que existe uma força má e mesquinha sobre nós todos, que sabe tudo de nós excepto
os nossos pensamentos, à espera de um pequeno incentivo ou deslize
da nossa parte para estragar tudo e impedir-nos de fazer aquilo que
queremos.
Também
acho incrível constatar que, se não tivesse feito certas coisas ou
não tivesse tomado certas decisões durante este ano, determinadas
coisas boas e positivas não teriam acontecido. É quase como se
fosse obra do destino, coisa que eu ainda não sei bem se acredito ou
não. Seja como for, estou grata pelo que se passou este ano. Estou
grata pela coragem que tive para tomar certas decisões; por ter sido
paciente e por ter dado tempo a mim própria, em vez de ter feito
escolhas precipitadas; pela força e motivação que fui capaz de
reunir, de modo a voltar a investir em mim mesma; pela vontade de
mudar. Estou grata porque tudo isto está a fazer com que me
redescubra e está a tornar-me numa pessoa que acredito ser melhor.
Ao contrário do que aconteceu nos últimos dois anos, vou entrar no
novo ano com determinação, com foco, com planos e objectivos para
cumprir, com uma centelha de esperança de que tudo irá correr bem e
irá mudar para melhor.
Por
isso, venha ele. Um ano muito feliz para vocês ❤