Quando
conheceu o seu actual ex-namorado, a rapariga parva achou-o algo
chato, no sentido em que ele raramente a deixava em paz – ora eram
comentários no perfil do hi5 (que era o que se usava na altura), ora
ele começava a falar com ela assim que ela entrava no Messenger (que
também se usava para caraças na altura e que não tem nada a ver
com o que usa agora no telemóvel). A rapariga parva não estava
habituada a ser alvo de tanta atenção, especialmente por parte de rapazes. Um dia, no meio de um grupinho de amigas e de
algumas conhecidas, deu por si a comentar que achava o rapaz chato.
Ela achava-o graça e até gostava dele, no fundo, mas não o queria
admitir. A rapariga parva também não gostava de falar destas
coisas.
Aconteceu
que, uns dias mais tarde, uma dessas conhecidas do tal grupinho foi
dizer ao rapaz que a rapariga parva o achava chato. O rapaz partiu
para outra de uma forma demasiado rápida e inesperada, e a rapariga
parva ficou destroçada. Deu por si a sentir falta daquela atenção
que ele lhe dava; por outras palavras, deu por si a sentir falta do
rapaz a ser, como ela dizia, “chato”. Só nessa altura a
rapariga parva se apercebeu do quanto gostava do rapaz, e detestou-se
a si própria não apenas por não ter reparado nisso mais cedo, mas
também por não ter tido a coragem de o admitir.
Ela
tinha a sensação, no entanto, de que o rapaz não gostava assim
tanto da nova rapariga, pois achava que ninguém partia para outra de
uma forma assim tão rápida e apenas por se ter sentido algo
“ofendido” por ter sido chamado de chato. Assim, a rapariga parva
continuou a falar com o rapaz como se nada fosse, sempre com a
esperança de que as coisas se resolvessem e que o rapaz acabasse por
cair em si e se apercebesse de que tinha feito mal em começar a
andar com outra de repente. Inclusive, a conversa do “chato” veio
à baila, e a rapariga parva fez os possíveis por se explicar.
As
coisas acabaram por correr bem para a rapariga parva, no final de
contas. Acabaram por ficar juntos. Mas toda aquela chatice podia ter
sido evitada se a rapariga parva tivesse sido capaz de identificar os
seus sentimentos e de falar sobre eles.
Algum
tempo depois de esse namoro ter terminado e depois de ela ter sido
magoada demasiado profundamente por um segundo rapaz, a rapariga
parva começou a perder a esperança nos rapazes e no amor em geral.
Um dia, foi a um jantar de aniversário e conheceu um rapaz que lhe
pareceu porreirinho e interessante. Ela, no entanto, não lhe deu
grande conversa, por receio e devido a alguma timidez. A rapariga
parva nunca foi boa com pessoas que acabava de conhecer.
Ela
seguiu-o no Instagram, ele seguiu-a de volta, e as coisas nunca
passaram disso – disso e de umas ocasionais trocas de “gostos”
em fotografias. A rapariga parva nunca teve coragem de lhe mandar uma
mensagem ou de meter conversa, porque isso é algo que ela não faz,
por não estar na sua natureza e por achar que esse tipo de coisa só
a faz cair no ridículo.
Entretanto,
o tempo foi passando e a rapariga parva foi-se desligando do assunto.
Outros tipos de problemas começaram a surgir, contudo, e eram coisas
bem mais importantes do que rapazes, às quais a rapariga parva teve
mesmo que dar atenção.
Resolvidos
alguns desses problemas e assuntos, a rapariga parva voltou a pensar
que nunca conheceria ninguém interessante e que ficaria sozinha para
sempre. Ao mesmo tempo, parecia que o rapaz do jantar de aniversário
se tornava cada vez mais interessante devido àquilo que publicava no
Instagram. Mas o tempo continuou a passar. E a rapariga parva
continuou calada.
E
continuará calada, uma vez que, agora, já é tarde para fazer o que
quer que seja.
Agora,
a rapariga parva culpa-se por não lhe ter mandado alguma mensagem
pouco depois do tal jantar de aniversário. Aliás, ainda antes
disso, culpa-se de não lhe ter dado conversa naquela noite, pois
reconhece a quantidade de oportunidades que teve. Culpa-se por pensar
que algo de bom poderia ter resultado caso ela tivesse agido, e por
pensar que as coisas, agora, podiam ser bem diferentes. Se ela não
fosse aquilo que é: parva e medrosa.
Em
sua defesa, a rapariga parva diz que podia ter feito uma figura algo
ridícula se tivesse mandado uma mensagem ao rapaz
pseudo-interessante ou se tivesse tentado meter conversa. Diz que
pode ter sido provável que ele não lhe tivesse achado graça e que
se calhar até foi melhor ter ficado quieta. E diz, ainda, que
começou a bater mal naquele Verão, pouco depois desse jantar de
aniversário, devido a diferentes tipos de stress e ao aparecimento de
outros assuntos – mais urgentes – que ela precisou de resolver.
Ou seja, diz que, naquela altura, não estava no seu melhor para
tentar conhecer alguém – honestamente, ela acha que ainda hoje não
está no seu melhor –, e que nem cabeça tinha, naquela altura,
para pensar em rapazes.
Resumidamente,
a rapariga parva é perita em perder rapazes engraçados para outras
raparigas que esses rapazes acabam por conhecer, e perde-os pelo
simples facto de ficar calada e de não lhes dizer o que realmente
pensa sobre eles.
Para
se confortar, a rapariga parva começa a pensar que, provavelmente,
aquele não era um rapaz assim tão interessante e romântico como
pensou; que, um dia, talvez conheça um rapaz mais porrerinho e mais
interessante do que aquele; e que, se as coisas acabaram assim, então
foi porque teve que ser assim. Porque até pode ser que, assim, a
rapariga parva aprenda a lição de uma vez.
Já
deve ter dado para perceber que a rapariga parva da história sou eu
mesma. Moral da história: eu devia perder o medo de falar e não
devia ficar calada.
um dia vais conhecer alguem que nao ver ser parvo para ti e que vai apenas querer tomar conta de ti e fazer te a pessoa mais feliz do mundo. :)
ResponderEliminarvim conhecer o teu blog porque apesar de te seguir no ig ainda nao te seguia no blog! ;)
segue-me também se quiseres! beijinhos
TheNotSoGirlyGirl // Instagram // Facebook
Se tentasses e corresse mal irias culpar-te de qualquer das formas. Só quem já se magoou muitas vezes neste campo pode compreender o medo que outro alguém sente em avançar para outra depois de ser magoado :(
ResponderEliminarR: Como te compreendo, também tenho esse sentimento estranho de não "querer" tratar familiares e preferir desconhecidos!
ResponderEliminarArrisca sem medos, o que tiver de ser será! Tenho a certeza que vais encontrar a tua pessoa!
Beijinho, Ana Rita*
BLOG: https://hannamargherita.blogspot.com/ || INSTAGRAM: https://www.instagram.com/rititipi/ || FACEBOOK: https://www.facebook.com/margheritablog/
Só arriscando tens a hipótese de chegar à pessoa certa ;)
ResponderEliminarPode ser um longo caminho, pode ser um caminho muito difícil mas acredita que não deves ter medo, não vale a pena, arrependimentos não te dão felicidade, por isso segue em frente.
E, pensa em ti primeiro, nunca deixes de gostar de ti e de pensar em ti primeiro, assim talvez as quedas não custem tanto.
Força!
E, só uma coisa, não és parva!
Beijinho
Ahah, sinto-me parva porque, olhando para trás, podia realmente ter feito qualquer coisa xD Parece que deixei escapar uma oportunidade, pelo menos é isso que sinto. Isto só a mim xD Mas pronto, bola para a frente :)
EliminarDa próxima vez tens de te lembrar desta publicação xD
ResponderEliminarHá-de aparecer alguém não te preocupes. Talvez da próxima vez ele dê o primeiro passo e nessa altura só tens de dar o segundo e não ficares cheia de pensamentos tontos ;)