23/10/18

Seguir o coração


Follow your heart é uma das minhas músicas favoritas dos Scorpions. Há uns dias atrás, andei com esta música em repeat, e, de todas as vezes que a ouvia, fazia-me pensar.

A música diz-nos para abrandarmos e ouvirmos o nosso coração. Diz-nos que basta apenas um passo para começar uma nova viagem, uma nova vida, e que cabe só a nós dar esse passo decisivo. Diz-nos que nunca é demasiado tarde – para dar o passo, para mudar, para seguirmos o nosso coração. Diz-nos que, assim, seguindo o nosso coração, sentir-nos-emos livres e em casa, em paz. Diz-nos que o futuro é incerto e que, por isso, não existe um caminho certo. No fundo, é uma canção de esperança no futuro e para combater o medo do desconhecido. Pelo menos, é isto que ela me diz e é desta forma que eu a interpreto.

Ouvi-la faz-me pensar imenso nestas questões. Acaba, até, por me dar uma certa esperança. Isto porque concordo com todas estas mensagens que ela me transmite. De todas as vezes que a ouço, confesso, fico com vontade de largar tudo, de pôr para trás das costas tudo o que não me faz feliz, que não me completa e que não me faz sentir realizada, e de seguir o meu coração, para variar.

Digo para variar, porque não o segui nas alturas das grandes decisões, e acho que isso se reflecte na forma como me sinto hoje. Não o fiz por medo. Medo do desconhecido e medo por tudo acabar por dar errado. Mas, também, por medo de desiludir quem me é próximo, e medo por, no fim, se tudo desse errado, ter que admitir a essas pessoas que tinham razão. Em suma, tinha medo de cometer um erro. Mas acho que, no final de contas, acabei por errar na mesma. O medo de cometer um erro fez-me cometer um erro de qualquer das formas, se é que isto faz sentido.

Uma outra coisa que a canção me diz é que este é o momento para eu ser livre. E este singelo verso enquadra-se tão bem na minha situação actual, que me faz pensar ainda mais – e faz-me pensar no quanto estou a ser parva. Porque eu podia aproveitar a situação em que estou para dar o tal derradeiro passo e mudar por completo. Em vez disso, parece que continuo a bater no ceguinho. Honestamente, acho que, se não for agora, não sei quando será.

A questão é que, se toda a gente – ou a grande maioria das pessoas – escolhe aquilo que quer e que a fará feliz e luta para o conseguir, sem medo do desconhecido ou de um possível falhanço e demorando o tempo que for preciso, então por que não hei-de eu fazer o mesmo?

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